terça-feira, 9 de novembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cinza

O cinza é o tom mais cruel de todas as cores: aquele que tira a vida de tudo, aquele que faz o preto parecer uma cor amigável; o cinza é como se fosse um branco disfarçado, um branco do mal; quanto ao preto, ele é só o preto e nada mais, não quer enganar ninguém, não quer ser outra cor. O cinza é a cor do medo, da fumaça, da poluição. Não existe preto e branco, existe tons de cinza.

Talvez seja bom falar de coisas tristes, falar de coisas trágicas, ser violentamente crítico e afiado como uma bala de prata. Coisas tristes não me assustam, eu moro no Brasil! Não conheço muitas pessoas que se deem ao trabalho de criticar as coisas, elas simplesmente engolem à palo seco e não viram a cabeça para olhar para trás, deixam tudo como está, elas não têm força para mudar, então é mais fácil manter.

Manter... Essa palavra trás uma sensação estranha de fraqueza ou resistência à mudança, mas também dá uma sensação de segurança, se está mantido, está bem, está estável.

O cinza trás a sensação da derrota, do futuro despedaçado, do apocalipse... Isso o torna forte, o torna firme, o torna temido. Essa força inversa, força que trás a sensação de desespero, pode ser a mesma força que dá energia aos fracos e oprimidos, uma vez que a superação só é obtida através da negação e do medo.

A vida nos trás muitos medos, medos esses que devem ser superados com a mesma intensidade da negatividade transformada em superação. A superação é o que nos faz realizados, a superação nos dá a energia da fé e da força de vontade. Amém...

domingo, 8 de agosto de 2010

O Autor Do Submundo evoluiu para TOM CINZA-OITO!

Olá a todos, seguidores, ou não, venho lhes informar que o blog antes denominado O Autor Do Submundo evoluiu, hoje, para O TOM CINZA-OITO. Há algum tempo que eu venho tendo essa ideia, mas só hoje fui colocá-la em prática; O domínio do blog continuará sendo o mesmo, não sei se valeria, à essa altura do campeonato, mudá-lo; talvez daqui algum tempo... Agora, não...

Então, sintam-se à vontade!

Até a próxima postagem!

sábado, 31 de julho de 2010

A Queda

Hoje eu acordei com vontade de voar, vontade de subir no maior abismo dessa vida, de forma que eu pudesse ver o planeta inteiro de lá de cima. A experiência seria a mais rica de todas: sentir o vento mais forte que as garras da morte, sentir o perigo a pairar sobre o meu peito, sentir a vida como nunca senti antes, sentir o mundo como nunca senti antes, sentir a força da gravidade me puxando e me querendo, implorando para que eu me jogue de lá de cima e seja puxado por ela com toda intensidade que ela pudesse colocar, eu iria sentir, sentir, sentir, sentir!

Como a vida é engraçada, o perigo nos faz bem, ele é um mal prazeroso, de certa forma; sentir o perigo azunhar o seu corpo como se fosse desenhar uma tatooagem, sangrando e sangrando em seu corpo sem parar; mas essa força às vezes é branda, macia como uma pluma, como uma seda, o perigo te arranha, mas não te machuca, ele lhe causa arrepio, as agulhadas nos fazem sangrar, mas é como se aquele sangue que deslizasse a nossa pele fosse tão quente e a sensação fosse tão gostosa, que dá vontade de sentir mais; é como um vício, a adrenalina se apoderando de nosso espírito, devorando o nosso medo e aplicando-nos coragem, vontade de encarar uma descida brusca, sentir a tal da gravidade nos devorar vivos. Tudo isso para nos fazer sentir a vida, como isso é irônico...

Eu pularia daquele abismo, eu sentiria o vento dilacerar o meu corpo, e a velocidade da minha queda aumentaria e aumentaria, até meus olhos não aguentarem a pressão do ar e explodirem de alegria; eu veria o meu corpo cair, caindo com tanta intensidade, ouvindo os assovios da querida gravidade me chamando e me chamando, e me fazendo delirar de tanta alegria; eu cairia com tanto impacto no chão que ninguém poderia destinguir o que é osso e o que é carne, tamanho o estrago causado pela minha deliciosa e deleitosa queda. Eu faria outra vez, se me dessem outra vida, o prazer valeria a pena.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Nadar...

Nadar...
Nadar profundo
Nadar imundo
Nadar...

Nadar lento
Nadar macio
Nadar braço forte
Nadar, eu sou a morte!

Nadar no perigo
Nadar à noite
Nadar no escuro
Nadar a vida!

Nadar à beira-mar
Nadar no infinito
Nadar até o fundo
Nadar até perder o rumo

Nadar...
Nadar aflito
Nadar amado
Nadar...

Nadar...

Nadar...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ilusões À Parte - Ode Ao Cinza

Hoje quando eu acordei, eu olhei pro céu e ele estava cinza; um cinza tão ludibriante quanto as cordas do som que sai da guitarra distorcida da música alucinante. Um tom de cinza tão poderoso, que me deu vontade de voar e fugir da vida, fugir da minha própria música. O som que eu ouvia era cinza, o tom cinza como o tom de ré sustenido duas oitavas acima, tocando e tocando sem parar; enlouquecendo meus ouvidos, eu não queria mais parar de escutar aquela música malvada que o céu tocou pra mim.

Fiquei encarando o céu até ele se tocar de que uma manhã não deve ser tão triste, afinal, é o início de um dia, e cada dia é tão milagroso como a água que desce o meu esôfago em dia de calor. O vento cinza batia no meu corpo e meu cabelo voava, era o cheiro do cinza me fazendo voar novamente, sentindo o cheiro mais intenso do cinza enfervecente abrir o meu pulmão, tão ou mais forte que um cigarro aceso numa madrugada fria na rua das vaidades.

Senti o cinza perfurar a minha pele e se alojar em meu peito como se fosse uma força amiga dizendo pra eu relaxar e sossegar durante alguns minutos em paz, somente eu e o cinza do céu me fazendo soltar as mãos e me deixar levar para a dimensão do cinza malvado que me faz fantasiar. Tudo isso pra não dizer que o céu de manhã é amigo do espiríto magnifíco da madrugada e seus anjos amigos e derivados, o cinza mais puro preste a molhar o meu quintal e soltar o vento mais frio e cinza que eu possa sentir em menos de alguns milésimos.

O cinza é o tom mais cruel de todas as cores: aquele que tira a vida de tudo, aquele que faz o preto parecer uma cor amigável; o cinza é como se fosse um branco disfarçado, um branco do mal; quanto ao preto, ele é só o preto e nada mais, não quer enganar ninguém, não quer ser outra cor. O cinza é a cor do medo, da fumaça, da poluição. Não existe o "preto e branco", e sim o tom de cinza. O cinza é o tom mais cruel de todas as cores.

quarta-feira, 31 de março de 2010

... É...

Só hoje fui lembrar que eu não escrevo neste blog há... ... ... eh, tem tempo pra cachorro! rsrsr... Eu duvido que alguém que siga este blog estaja pouco se #$@$@ pro que eu escreva - rsrsr... -, mas em breve eu postarei algo digno de O Autor Do Submundo, alright?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Fiel Companheiro


Não o vejo mais dentro de sua casinha, apertadinho com cara de sono.

Não o vejo mais lamber meus dedos depois de um carinho aconchegante.

Não o vejo mais entrar pela porta da cozinha depois de beber água e babar em todo o chão.

Não o vejo mais piscar para mim como se estivéssemos tramando contra todos para ele ganhar um pedaço de pão.

Não o vejo mais se coçar loucamente dentro de sua casinha fazendo um barulho chato.

Não o vejo mais latir empolgadamente atrás de uma bolinha suja e rasgada.

Não o vejo mais deitado em minha cama comigo como se fossemos irmãos.


Quero que ele saiba que ele foi o melhor cão que eu poderia ter; fiel companheiro.

Quero que ele esteja sempre próximo a mim, já que está enterrado no meu jardim.

Quero que ele fique em minhas lembranças para sempre; meu melhor e maior amigo, Dick.


Essa é uma homenagem a você, meu velho amigo, de muitas que ainda virão...