terça-feira, 26 de junho de 2012

Limbo

Pensamento... Pensamento... Pensamento... Ele voa... E como voa! Somos capazes de pensarmos sobre tudo, sem limites. Podemos flutuar e viajar para lugares confortáveis e desconfortáveis, podemos pensar sobre qualquer coisa neste universo. Posso ficar feliz por pensar em algo, ao mesmo tempo em que posso ficar altamente triste por pensar em outra coisa... Posso ficar com raiva, com vergonha, com remorso... Simplesmente não há limites. Tanto que como todo universo, nossa mente tem um buraco negro, onde nós visitamos nos momentos de desespero, e nesse buraco você se sente completamente em queda livre, em desespero, é o momento em que você deseja abandonar seu próprio corpo do mesmo jeito que você abandona um trem quando ele entra em colapso com outro. Mas a única pergunta é como abandonar o navio da nossa mente? Como simplesmente pular daqui de dentro? Como se sentir livre? É como se nós fossemos presos em nossa própria mente, nosso próprio corpo, algo tão claustrofóbico, que nós mesmos nem percebemos até visitarmos esse lado escuro de nossa própria mente.

Quanto mais você cai, mais você sente medo de onde dará essa queda, e se quando você cair irá doer tanto quanto se fosse uma queda física. Mas essa queda mental é ainda pior, o medo nos comanda, e nós simplesmente não nos controlamos, a vontade de abandonar tudo e simplesmente ficar livre de viver é maior do que qualquer outra vontade. Simplesmente morrer... O desejo da liberdade, do alívio. Se a queda for muito feia, as sequelas permanecerão, e nunca cicatrizará, e o medo da vida passará a nos atormentar por toda a nossa existência. Uma vez que você visite o Limbo da mente, você saberá o caminho para lá novamente, mesmo que tente se esquecer; o seu cérebro não o deixará esquecer, e nada o fará esquecer aquilo que vivenciara em tal lugar. Só o tempo pode fazer com que você apague algumas trilhas que o levem a essa derradeira ilha da mente. Mas ela continuará lá, nunca será apagada, assim como todas as memórias de longo prazo que se mantém no seu magnífico cérebro.

Uma vez que você recobre a consciência, a vontade involunatária de voltar a cair pelo Limbo da mente será irresistível. Nosso cérebro é mais forte, mesmo que nós tentemos nos controlar. Você viverá assim por um tempo, sempre a beira do abismo, até que o tempo o faça se distanciar, e se recuperar, ou simplesmente se manter caindo e levantando o tempo todo, numa insanidade sem fim. E você não saberá mais o que é o Limbo e o que é o lugar confortável de sua mente, e assim você viverá, apenas tentando se manter consciente do lugar em que você está, e verá coisas que outros não vêem... Eis o perfeito estado da insanidade.

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