quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Autor Do Submundo (Repostagem)

Ele escreve o destino dos mortos e critica a beleza das paisagens noturnas.

Não foi ele quem fez o destino, ele apenas o escreveu; sua crítica é algo passional à sua forma de viver, na verdade, vive pela crítica, em função dela. Encara o mundo com olhos de cobra, porque quem pisca perde um segundo de tempo, que é mais do que o necessário para poder enxergar o que muitos não conseguem ver. Um segundo dura muito pouco para aqueles que não sabem viver, mas dura o quanto for necessário para que muitos possam enxergar a vida passar diante de seus olhos.

A dura e fria realidade de um submundo injusto é algo a ser discutido, o Autor do Submundo precisa estar em todos os lugares ao mesmo tempo para poder varrer as ideologias tolas de pessoas com a cabeça tão vazia como um pedaço de madeira. Pessoas que neste contexto em que o mundo está atualmente não mais sabem raciocinar, não sabem questionar, nem se quer sabem ouvir direito o que muitos querem lhe explicar; parecem mais máquinas sem sentimento, robores programados para viver uma vida normal, drástica - no caso do submundo - e em função de donos, que mandarão nessas pessoas como se elas fossem propriedades suas.

Não é preciso acreditar em um ser superior para poder ser uma pessoa melhor, que ajuda a outra, que se sacrifica para poder ser compreendida, para poder passar seus sentimentos e conhecimentos; não é preciso crêr, basta querer fazer deste mundo algo mais confortável e confiante de se viver.

O Autor do Submundo às vezes não dorme de preocupado com a vida, não sabe o que é preciso ser feito para mudar a mente de quem não sabe amar, não gosta de ver pessoas maltratando o planeta, não consegue compreender o que se passa na cabeça de um sujeito que diz que Deus lhe dará o que precisa e que não vai se preocupar com nada.

Não foi ele quem fez o Submundo, ele apenas vive nesse contexto.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

No Inferno

Eu estava cercado de gente hipócrita: à minha esquerda, um charlatão; à minha direita, um homem com cara de bonzinho, mas com patas de bode; às minhas costas, um grupo de garotas que desejavam não estar ali, mas estavam pagando por seus pecados de prostituição, avareza, cobiça e inveja; à minha frente, um vendedor de lotes no céu...

Por que eu estava ali?

Que mal havia feito eu ao tão poderoso Deus?

Talvez eu estivesse ali porque um dia eu perdi a fé, a fé que alimenta os pobres e sufoca os sanguinários, a mesma fé que faz com que um ser humano não mais seja sujo, a fé que traz-nos a paz e invade nossas casas, fazendo-nos esquecermos que odiamos nossos próximos, os mesmos próximos que deveriam ser nossos irmãos...

Se a vida não fosse como a vida é, talvez nós fossemos mais abertos para pensar, porque talvez, durante nossa vida, oa vivo, nós não podemos perder tanto tempo para raciocinar, senão o tempo nos devora e com ele vai nossa 'felicidade'.