sábado, 23 de abril de 2011

Luz

A luz me chama. Sua luminosidade é tão fresca que me lembra a luz do sol em um dia quente de verão. A energia me procura, e me implora para segui-la, para ser o seu súdito: o súdito da luz que me ilumina a cada instante nessa longa escuridão.

O mundo é frio, mas a luz me esquenta; faz com que eu queira mais e mais entrar em sua sintonia, em seu campo magnético, que me procura a cada vez mais. Andando e andando, eu posso chegar até o destino da luz e me concentrar em coisas jamais concentradas em um ambiente natural de minha vida. Quando eu chegar na luz, meus problemas serão apenas coisas supérfluas, coisas que não fazem sentido serem chamados de problemas, porque a força da luz que me procura é tão única e tão verdadeira, que me faz acreditar na vida, acreditar que tudo aqui é tátil, tudo aqui é possível, tudo aqui faz parte da minha vida, e eu posso conseguir tudo aquilo que eu procuro.

Eu procuro a luz, mas é ela que quer me encontrar. Cada passo em sua direção, é um passo a menos na escuridão. Caminhando e caminhando, caminhando e caminhando... Caminhando... Sem nada na cabeça a não ser a vontade de chegar até a iluminação da minha alma, onde eu possa encontrar a mim mesmo, o meu verdadeiro eu, pousado naquela linda claridão, onde os meus pesadelos temem, e o mal não pode chegar. Eis a minha claridão!

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Autor Do Submundo

O Autor do Submundo escreve o destino dos mortos e critica a beleza das paisagens noturnas.

Não foi ele quem fez o destino, ele apenas o escreveu; sua crítica é algo passional à sua forma de viver, na verdade, vive pela crítica, em função dela. Encara o mundo com olhos de cobra, porque quem pisca perde um segundo de tempo, que é mais do que o necessário para poder enxergar o que muitos não conseguem ver. Um segundo dura muito pouco para aqueles que não sabem viver, mas dura o quanto for necessário para que muitos possam enxergar a vida passar diante de seus olhos.

A dura e fria realidade de um submundo injusto é algo a ser discutido, o Autor do Submundo precisa estar em todos os lugares ao mesmo tempo para poder varrer as ideologias tolas de pessoas com a cabeça tão vazia como um pedaço de madeira. Pessoas que neste contexto em que o mundo está atualmente não mais sabem raciocinar, não sabem questionar, nem se quer sabem ouvir direito o que muitos querem lhe explicar; parecem mais máquinas sem sentimento, robores programados para viver uma vida normal, drástica - no caso do submundo - e em função de donos, que mandarão nessas pessoas como se elas fossem propriedades suas.

Não é preciso acreditar em um ser superior para poder ser uma pessoa melhor, que ajuda a outra, que se sacrifica para poder ser compreendida, para poder passar seus sentimentos e conhecimentos; não é preciso crêr, basta querer fazer deste mundo algo mais confortável e confiante de se viver.

O Autor do Submundo às vezes não dorme de preocupado com a vida, não sabe o que é preciso ser feito para mudar a mente de quem não sabe amar, não gosta de ver pessoas maltratando o planeta, não consegue compreender o que se passa na cabeça de um sujeito que diz que Deus lhe dará o que precisa e que não vai se preocupar com nada.