quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cinza

O cinza é o tom mais cruel de todas as cores: aquele que tira a vida de tudo, aquele que faz o preto parecer uma cor amigável; o cinza é como se fosse um branco disfarçado, um branco do mal; quanto ao preto, ele é só o preto e nada mais, não quer enganar ninguém, não quer ser outra cor. O cinza é a cor do medo, da fumaça, da poluição. Não existe preto e branco, existe tons de cinza.

Talvez seja bom falar de coisas tristes, falar de coisas trágicas, ser violentamente crítico e afiado como uma bala de prata. Coisas tristes não me assustam, eu moro no Brasil! Não conheço muitas pessoas que se deem ao trabalho de criticar as coisas, elas simplesmente engolem à palo seco e não viram a cabeça para olhar para trás, deixam tudo como está, elas não têm força para mudar, então é mais fácil manter.

Manter... Essa palavra trás uma sensação estranha de fraqueza ou resistência à mudança, mas também dá uma sensação de segurança, se está mantido, está bem, está estável.

O cinza trás a sensação da derrota, do futuro despedaçado, do apocalipse... Isso o torna forte, o torna firme, o torna temido. Essa força inversa, força que trás a sensação de desespero, pode ser a mesma força que dá energia aos fracos e oprimidos, uma vez que a superação só é obtida através da negação e do medo.

A vida nos trás muitos medos, medos esses que devem ser superados com a mesma intensidade da negatividade transformada em superação. A superação é o que nos faz realizados, a superação nos dá a energia da fé e da força de vontade. Amém...

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