sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Fim Do Mundo

Um barulho estranho ecoou sobre os meus ouvidos, que já estavam bem atentos sobre esse bendito dia datado como o fim de tudo. Aprecei-me em sair de casa e olhar para o céu... A imagem assustadora de um objeto amarelo misturado com laranja e vermelho brilhava com uma magnitude plena e perfeita, e se eu não estivesse tão arrepiado de medo, eu sorriria. Era um pedaço do que parecia um fio que se estendia de horizonte a horizonte, sem precedentes; simplesmente magnífico. Nessa hora eu confesso que eu surtei um pouco, justamente por eu ser um ser humano provido de medos e temores. O barulho permaneceu. Parecia trovões baixos mas contínuos, em um tom apenas, cessando por alguns segundos, mas voltando em seguida.

Senti-me hipnotizado... Era como se o céu dançasse... Mas era uma dança tão sexy, que dava calor, e me instigava a apenas olhar, e olhar, e olhar... Aquelas ondas passavam de um lado para o outro, dançando com alegria e sentimento; e eu ali, sozinho... Era como se ela me seduzisse... Eu queria dançar... Mas só fui reparar quando eu já estava dançando... Senti-me livre, um animal solto na selva; apenas eu e a natureza, eu não estava mais sozinho.

Era o fim de tudo... Não tinha para onde correr, então eu apenas dançava como se aqueles fossem os meus últimos momentos ao prestigiar a natureza e a vida dentro de mim. Emocionei-me... Viajei... Vários momentos de minha existência brotaram em minha cabeça; foi mágico! Um sentimento que eu nunca esquecerei, um êxtase, uma loucura! Eu estava louco, eu confesso... Tão louco a ponto de ver as nuvens dançarem junto com aquele fio de fogo bailando pelo céu, as nuvens pareciam insanas! Não tanto quanto eu, mas insanas... Eu só queria sentir os sentidos... Só bastava a sensação.

Uma explosão final, como uma virada de bateria antes do fim da música, e pronto... Estávamos todos mortos... Deus chegaria dali algum tempo... O que eu falaria para ele? Usaria gírias? Será que Deus é um cara legal? Ou será que ele é como um crente que bate na porta da minha casa toda sexta anoite me chamando pro culto da igreja dele? Sei lá, meu irmão... As coisas coisas começaram a ficar mais engraçadas... Será que era Deus trazendo sua alegria para o meu espírito? O céu começara a derreter, e eu ri tanto, que minha barriga doía... Que ironia, não havia fim, e sim um louco com ácido na mente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário