segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Corredor

Eu me vejo caminhando em direção a um corredor escuro e esquisito... Um corredor que parece não ter fim, um caminho que me levará a beira de um abismo, mas eu não consigo parar de caminhar: a sede pela auto-destruição consome o meu ser! Eu não posso resistir, eu preciso chegar lá! Pode acontecer mil coisas, e pode até ser bom sentir aquela velha queda outra vez me puxando com todas as forças da gravidade, é como um mal necessário, eu preciso passar por isso outra vez.

Eu tento estreitar os meus passos, mas parece que o chão virou uma esteira e continua a me puxar... Eu não posso fazer nada a não ser me entregar, deixar-me levar... Ir embora... Ser sugado... Mesmo sabendo que o que o corredor escuro e esquisito me reserva, eu tenho muita vontade de conhecê-lo e chegar até o seu fim, eu sinto a gravidade chamar o meu nome aos berros, e ela me deseja como ninguém. Ela precisa sentir o meu corpo se espatifando e se distorcendo e perdendo os traços e afundando e se mesclando à sua superfície... Ela deseja o meu sangue! E eu desejo que ela tenha o meu sangue... Muito engraçado... Essa sensação... Cair, cair, cair...

E quando eu me aproximo do fim do corredor, eu reparo que ele está apenas lacrado, um muro me impede de passar, e simplesmente eu não posso voltar atrás, tenho que me manter de fronte ao muro até que ele possa se desfazer com o tempo e eu possa finalmente cair e deixar-me levar... Finalmente encontrar o verdadeiro significado da minha existência... Até lá, continuarei a observar o muro...

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